“O exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única maneira.” – Albert Schweitzer
Resiliência é uma palavra que muita gente conhece e usa no cotidiano, mas muitas vezes acaba sem uma definição precisa e sem que a gente saiba como ela é construída.
Pra chegar nessa definição, vamos refletir sobre a origem da nossa resiliência. Isto é, como a nossa resiliência vem a ser o que é na nossa vida adulta? E como deve se parecer o ambiente em que alguém de desenvolve para que dele surja um adulto resiliente, capaz de enfrentar desafios e construir para si uma vida valiosa?
Eu dividi esse “ambiente” didaticamente em 5 fatores. Veja a seguir:
Ambiente de crescimento suportivo e amoroso, produzido principalmente pelo núcleo familiar, mas também com participação muito importante de comunidade local, escola e sociedade. Parentalidade suportiva, atenta e amorosa, capaz de prover um ambiente com valores consistentes. Isso significa que há a necessidade de suporte material, mas também amor e atenção a cada etapa do desenvolvimento do indivíduo.
Ausência de eventos estressantes graves, repetitivos ou incontroláveis, como perdas importantes e doenças. Esses eventos podem ser descritos como traumas. Tais situações infelizmente podem não ser evitáveis, como no caso de uma criança que vem a desenvolver uma doença grave muito precocemente. Ainda que esses eventos estressantes sejam um desafio a qualquer indivíduo, crianças e adolescentes são infelizmente mais vulneráveis a eles.
Assimilação de desafios coerentes com a faixa etária. É recomendável e saudável que jovens recebam desafios ao longo de seu desenvolvimento que sejam coerentes com a sua faixa e etária e que também os ajudem a lidar com características pessoais que possam comprometer a própria resiliência. Em outras palavras, tanto a exposição precoce a desafios desproporcionais a idade, como a evitação de desafios apropriados para cada idade podem trazer comprometimento do desenvolvimento de resiliência. Além disso, a identificação, por parte dos adultos envolvidos, de eventuais dificuldades no jovem em desenvolvimento permite a modelagem dos desafios de forma suportiva e encorajadora.
Entrada na vida adulta no momento correto. Com frequência e por motivos variados, jovens são empurrados a responsabilidades de adultos precocemente. Por mais que muitos deles demonstrem uma grande habilidade para tanto, a grande maioria deles sente uma carga de estresse excessiva nessas circunstâncias. De forma oposta, outro número grande de jovens acaba por procrastinar indefinidamente a entrada na vida adulta.
Relacionamentos amorosos positivos. Relacionamentos amorosos são frequente fonte de estresse e de luto. A exposição, sobretudo precoce, a relacionamentos conturbados e instáveis é uma causa frequente de deterioração de saúde mental em adolescentes e adultos jovens.
Você imaginou que o ambiente tivesse tanta influência para a construção de um adulto resiliente?
Quer saber um pouquinho mais sobre o tema? Assista agora: Resiliência: Construa uma vida com significado
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Nossa indicação da semana é o livro “Nada Pode Me Ferir”, onde retrata a história de David Goggins, o único homem a completar o treinamento das forças de elite e se tornar Navy SEAL, Army Ranger e TACP. Ele sobreviveu a muitas adversidades na infância, e demonstrou uma grande resiliência.
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