Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida. – Platão
Eu recebo muitas perguntas sobre Ataques de Pânico através das redes sociais e também no consultório. E do que se trata?
Esses ataques são uma sensação abrupta e intensa de medo, terror e de apreensão extrema. Tipicamente, surgem de forma bastante abrupta e atingindo um pico de intensidade rapidamente (em aproximadamente 10 minutos), seguido por uma melhora progressiva.
Além das sensações mentais mencionadas anteriormente, ataques de pânico são marcados por intensos e muitas vezes numerosos sintomas físicos, como: dor ou desconforto torácico, taquicardia ou palpitações, sensações de frio ou de calor pelo corpo, sensação de engasgamento, tontura /desequilíbrio, sensação de desmaio ou até efetivo desmaio, sensação de estranhamento com a realidade ao redor do indivíduo ou de estranhamento com o próprio corpo, náusea ou outros incômodos abdominais, formigamento ou perda de sensibilidade, dificuldade para respirar com respiração curta e rápida, tremores e sudorese.
Frequentemente, durante um ataque de pânico, indivíduos relatam a certeza (irreal) de que estão passando por um grave problema de saúde, como um infarto do miocárdio, um acidente vascular cerebral, ou que estão perdendo o controle, enlouquecendo ou que vão desmaiar.
Tipicamente os sintomas desaparecem dentro de uma hora, ainda que alguns pacientes se sintam profundamente abalados pela sua ocorrência por longos períodos. Para outras pessoas, infelizmente os ataques de pânico podem se repetir mesmo dentro de um mesmo dia.
O diagnóstico exige a exclusão de potenciais outras causas para os sintomas em questão. Essa avaliação inclui não somente a diferenciação do transtorno de pânico de outros transtornos mentais, como o transtorno de ansiedade generalizada, mas também a exclusão de problemas físicos, como arritmias cardíacas. Para isso, é importante realizar uma avaliação médica.
Os ataques de pânico podem ser desencadeados por diversos fatores, como pela exposição a um objeto de que se tem uma fobia (por exemplo, avião). Entretanto, vamos nos concentrar nos ataques de pânico que surgem sem desencadeante claro, e que com frequência acabam formando um transtorno de pânico.
O Transtorno de Pânico é um transtorno de ansiedade comum. Estima-se que o risco de apresentar transtorno de pânico ao longo da vida varia entre 2-6% na população geral.
Esse potencialmente debilitante problema de saúde é caracterizado pela recorrência de ataques de pânico, que tipicamente ocorrem, ao menos inicialmente, sem fatores desencadeantes.
Com frequência, esses episódios envolvem o abandono de atividades importantes, restringindo a vida do portador de transtorno de pânico.
Esse padrão de comportamento acaba por consolidar uma maneira muito pouco eficiente de lidar com o transtorno de pânico. A cada vez que o indivíduo antecipa que sair de casa pode desencadear um ataque de pânico sente-se ansioso. Assim, ao decidir não sair de casa, sente-se aliviado. Dessa forma, aprende que a maneira de reduzir a ansiedade é se esquivando dela. Essa é uma forma eficiente de aumentar a chance de que novos ataques de pânico surjam no futuro.
De forma oposta, profissionais de saúde tendem a recomendar a exposição progressiva e sistemática às situações que desencadeiam medo de ataque de pânico e ao fenômenos físicos que indicam para a pessoa que ela está passando por uma situação insegura. Assim, o indivíduo tem a oportunidade de assimilar a ideia de que a ansiedade passa sozinha e que há maneiras melhores de enfrentar o problema do que restringir progressivamente a própria vida.
Este transtorno é caracterizado pelo medo e a ansiedade de ficar em situações ou locais sem uma maneira de escapar facilmente ou em que a ajuda pode não estar disponível no caso de a ansiedade intensa se desenvolver.
A indicação dessa semana é o filme “A Mulher na Janela”, um filme de suspense psicológico disponível na Netflix que retrata este tema.
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