Quem já teve ou tem ataque de pânico sabe o quanto cada uma das crises é desesperadora. Eu já falei sobre esse tema na edição 18 da Newsletter que está disponível em nosso Blog.
Durante um ataque de pânico, entendem que as sensações físicas (falta de ar, tontura, náusea e dor no peito) literalmente significam que há algo grave acontecendo com a própria saúde.
Ainda, muitos pacientes passam a ter ataques de pânico recorrentes e também progressivo medo de que os ataques aconteçam novamente. Nessas situações, o paciente acaba recebendo o diagnóstico de Transtorno de Pânico, caracterizado por ataques de pânico recorrentes.
E hoje a newsletter é sobre o tratamento desse transtorno de ansiedade. Veja a seguir como lidar com tudo isso!
Uma vez firmado o diagnóstico de transtorno de pânico, o tratamento adequado envolve a escolha de uma medicação antidepressiva com benefício comprovado para esse diagnóstico. Isso mesmo, as melhores medicações para transtorno de pânico são fármacos antidepressivos!
Dentre os antidepressivos disponíveis, escolhemos um dentre aqueles que foram testados e tiveram sua eficácia comprovada no tratamento deste problema de saúde. Na maior parte das vezes, o médico escolherá uma opção dentre fluoxetina, citalopram, escitalopram, sertralina, paroxetina ou venlafaxina.
Além destas medicações, antidepressivos muito eficientes, mas que tem uma tolerabilidade menor, são escolhas viáveis caso seja necessário. São eles: imipramina, clomipramina e nortriptilina.
Todas estas medicações são iniciadas em doses baixas, aumentadas ao longo de semanas e meses conforme necessário, para que a remissão dos sintomas seja obtida. Tipicamente, essas medicações começam a apresentar benefícios após 10-15 dias de uso.
Além dos antidepressivos, medicações benzodiazepínicas também são utilizadas no transtorno de pânico. As medicações desta classe que são mais utilizadas são: alprazolam (frontal), clonazepam (rivotril), lorazepam (lorax), bromazepam (lexotan) e diazepam (valium).
A maior parte dos psiquiatras entende que o uso destas medicações deve ser restrito tanto em duração quanto em dose, uma vez que elas têm potencial de causar dependência. Em geral, são utilizadas temporariamente, por poucos dias ou semanas, até que o efeito do antidepressivo escolhido ocorra.
Lembre-se sempre que as informações que eu trago aqui são para maior informação sobre os temas de saúde mental para profissionais da saúde e leigos. Nunca tome nenhum medicamento sem prescrição médica.
Entretanto, também há algumas substâncias que podem desencadear ou piorar o transtorno de pânico
O primeiro grupo delas são as drogas de abuso, como álcool, maconha, cocaína, metanfetamina, dentre outros.
Por mais que algumas pessoas justamente usem algumas dessas substâncias, como álcool e maconha, com o intuito de aliviar a ansiedade, a evidência é que o uso regular delas aumenta de forma importante a incidência de transtornos mentais, inclusive transtornos ansiosos. Além disso, essas substâncias também dificultam que os efeitos do tratamento medicamentoso e psicoterápico sejam sentidos completamente.
Além daquelas substâncias, sabemos que outros estimulantes, mesmo lícitos, também causam ansiedade. Os mais importantes aqui são: cafeína e similares (presente não somente no café, mas em chá preto, chá verde e em suplementos variados) e efedrina e similares (presentes em descongestionantes e em diversos compostos analgésicos e antitérmicos). Caso você faça uso de alguma dessas substâncias, provavelmente vale a pena reduzir ou cessar seu uso.
Além deles, também são estimulantes algumas das medicações utilizadas para tratamento do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, o metilfenidato (ritalina, ritalina LA e concerta) e a lisdexanfetamina (venvanse). Há claro outras muitas medicações que podem causar ansiedade, e é importante conversar com seu médico para avaliar se há alguma delas em sua prescrição que precise ser modificada.
Ficou com alguma dúvida? Clique aqui e me mande uma mensagem no Instagram, terei o maior prazer em te ajudar. Não se esqueça de conferir o artigo da semana que vem, sobre o tratamento não farmacológico do Transtorno de Pânico.
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